Como otimizar a Operação através de melhorias na IHM – Parte 2 – Estrutura e Navegação

“The best design gets out of the way between the viewer’s brain and the content.”
Edward Tufte

É fundamental que a IHM seja projetada sempre pensando nas tarefas desempenhadas pelos operadores. Por isso não há uma fórmula mágica para criar uma IHM, mas sim um caminho a seguir. Para cada caso deve ser elaborada e estudada a lista de tarefas que os operadores desempenham e a partir deste ponto pensar na estrutura e depois nas visualizações. Para isto pode ser utilizada alguma metodologia, por exemplo GDTA (Goal Directed Task Analysis).

Dois aspectos muito importantes para a eficiência da IHM são a estruturação hierárquica das telas e a consistência da navegação.

É recomendável que seja elaborada uma organização em níveis:

Nível 1 – Perspectiva Geral (Overview or Area Wide Display): esta tela dá a visão do estado geral do sistema, devendo conter a visualização das principais funções que devem ser monitoradas pelo operador, mais especificamente os principais indicadores da situação, qualidade, produção e segurança, bem como alarmes sistêmicos. Esta tela normalmente é mostrada no video-wall, quando disponível. Por exemplo, no caso do telecomando de subestações poderia ser a tela com a visão sistêmica, ou seja com a situação das linhas de interligação entre as subestações. Caso haja controle de carregamento e/ou tensão, poderiam ser mostrados gráficos de barras dos maiores desvios e gráficos de tendências embutidos na tela para que se possa vislumbrar a condição futura e atuar preventivamente para evitar violações dos limites estabelecidos.

Nível 2  – Telas de Unidades de Controle de Processo (Process Unit or Facility Control Display): é o conjunto de telas, uma para cada unidade de controle. Por exemplo no caso do setor elétrico, seriam as telas de cada subestação. Nesta deve ser mostrada a situação dos principais processos da unidade, também com as principais medições em visualização na forma analógica e gráficos de tendências. Estas devem ser as telas que devem ser criadas primero.

Nível 3 – Telas de Detalhe dos Processos nas Unidades (Process Unit Detail or Detailed Information Display): para cada unidade apresenta, em detalhes, o funcionamento de cada processo na unidade. Pode representar também o estado dos equipamentos que compõem o processo ou facilitar a execução de tarefas específicas. No caso de subestações poderia ser uma tela detalhada de transformador, serviços auxiliares ou de apoio à recomposição.

Nível 4 – Telas de Diagnóstico, Ajuda e Suporte (Process Unit Support or Auxiliary Information Display): são telas que apresentam informações detalhadas para status de equipamentos e instrumentação, e também telas de ajuda, instruções de operação, diagnóstico, etc. Ex: telas de arquitetura de supervisão e controle, mostrando a saúde e status dos equipamentos e a situação dos links de comunicações.

Veja alguns exemplos de telas para cada nível neste artigo ou aqui.

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Tela de Nível 1 (Fonte Wonderware)

A navegação precisa ser consistente para que o operador nunca fique sem orientação. Deve haver uma forma clara e rápida para navegar nos 4 níveis hierárquicos, os links devem ser posicionados de forma coerente sendo mostrado em que nível se está no momento. Como referência, deve-se poder chegar a qualquer tela em até 3 cliques, em 5 segundos.

No próximo artigo abordarei o uso das cores.

Ricardo Olsen in-2c-14px, MEng. :: https://dscsys.com

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